domingo, 29 de outubro de 2017
Agradeço todos os dias
Sabes, meu amor, tomei conta, muitas vezes, de bebés assim
pequeninos, como tu. Recordo aquelas mães, de coração em pedaços, a entregar-me
os rebentos no colo, a chorar, eles e elas. Eu pude ver nos seus olhos a mágoa
de terem de os deixar assim, tão frágeis, tão indefesos, mas nunca pude nem imaginar
tamanha desolação. Hoje, olho para ti e sim, eu imagino. Imagino e agradeço,
meu amor, só imaginar. Eu não quero sentir a dor de me ver obrigada a te
entregar noutro colo. A dor de passar um dia inteiro sem te ver nem ouvir, sem
brincar contigo. A dor de te ver crescer ao longe, a dor de não assistir a
tantas conquistas. A dor de ver esses olhos mais vezes fechados do que abertos.
Agradeço todos os dias, poder viver ao teu lado sem
horários nem rotinas massacrantes. Talvez isso vá custar algumas coisas mas,
meu amor, acredita que o melhor já nós temos: uns aos outros e tempo para nos
amarmos sem pressas.
sábado, 28 de outubro de 2017
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
O nosso dia...
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Centro de Babysitting - Levados da Breca
A Matilde com a educadora Sara |
Já Rubem Alves dizia: Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Esta, acreditem, faz as crianças roçarem o céu.
Centro de Babysitting Levados da Breca <3
Estes dias...
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Estes dias...
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Tenho tanta vergonha, meu amor...
Tantos poderes camaleónicos, tanta ganância, tanta injustiça.
Tantas mãos que matam, tantas mentes controladas, tantos olhares naufragados. Tantos
corpos desolados a transpirar tristeza, tantos braços caídos sobre sonhos desmoronados.
Tantas vidas, em vida, roubadas, tantos sorrisos definhados, tantos caminhos sem
chão. Tantas palavras caladas, tantos
gestos poupados, tanto medo habitado.
Tanta vergonha, meu amor, deste mundo que te apresento.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Domingo em casa
Passámos o domingo em casa.
Céu limpo. Calor. Vimos, na
companhia da avó, desenhos animados ainda debaixo dos lençóis. [E eu pesarosa
por não a levar a passear.] Ouvimos música e dançámos em frente ao espelho.
Houve colo dos tios, beijinhos do primo. Mesa farta. Conversámos. Rimos. Vimos
um filme. [E eu pesarosa por não a levar a passear.] A Matilde a dormir nos
braços do tio, o primo a fazer um jogo de palavras, feliz, no nosso meio.
Passámos o domingo em casa.
[E eu, pesarosa por não levar a
Matilde a passear], levei-a, vezes sem conta, à janela, e pu-la na
espreguiçadeira, no quintal, enquanto apanhava a roupa do estendal.
Passámos o domingo em casa.
Houve banho quente, leitinho no colo, e muitas cócegas. Cantigas e embalo da avó. E um sono sereno.
Depois, o jornal da noite. Aquele
que foi o pior dia do ano. Centenas de incêndios por todo o país. Casas e
carros destruídos. Animais mortos. O suor de vidas inteiras, em cinzas. Vidas
em perigo. Olhares desesperados. E eu, com o peito em chamas, paralisada por
tamanha catástrofe, a agradecer por todos os meus problemas terem sido não
levar a Matilde a passear.
#pesadelo
#devastação
#obrigadabombeiros
Subscrever:
Mensagens (Atom)