quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Alimentação - Crescer





A Matilde tem adorado todos os novos sabores. Come, muito bem, a fruta e a sopa.
Acho importante que se habitue aos sabores também de forma individual, sem estarem mascarados (como na sopa). Assim, aos poucos, vai provando um a um e deliciando-se com aquilo que o paladar lhe oferece.
Nas fotografias está a comer, muito satisfeita, uma pêra (dentro de uma rede que previne que se engasgue com algum pedaço). Também a come com a colher, depois de esmagada, assim como maçã, ligeiramente cozida.
Sinto que estamos no bom caminho!

domingo, 26 de novembro de 2017

Por onde temos andado...

Olá, birras!

A estrear o pijama que o tio Bruno deu. Obrigada!

A brincar

A explorar uma mola da roupa

Ginástica

A Cristiana dá a papa

A primeira vez a comer maçã cozida

"- E o pai natal, onde está?"














Estamos em Almada. Sim, por isso o blogue está um pouco parado.
A Matilde portou-se bem na viagem e estreou-a com uma cagada até ao pescoço (literalmente)!
Não estranhou a casa nem as pessoas (maravilhosas) com quem tem estado. Continua a menina alegre e bem disposta de sempre. 
Ah, e continua a dormir a noite toda! Ufa!

terça-feira, 14 de novembro de 2017

"Peça a uma criança apenas aquilo que ela lhe possa dar."


“Se eu ordenasse que um general voasse de flor em flor como uma borboleta, ou que escrevesse uma peça de teatro, ou que se tornasse uma gaivota, e se o general não executasse a ordem que recebeu, qual de nós estaria errado? – O rei perguntou – O general ou eu? // – Você – respondeu o pequeno príncipe, com firmeza. // – Exactamente. Só se deve exigir o que as pessoas podem cumprir – O rei continuou – A autoridade que é aceite, apoia-se, antes de tudo, na razão. Se você ordenasse ao seu povo que se jogasse no mar, eles se levantariam em revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.”
Antoine de Saint Exupéry, em O Pequeno Príncipe

Pedir a uma criança que pare quieta é equivalente ao rei louco pedir ao seu povo que se atirasse ao mar. O imperativo da vida das crianças é o movimento. Cada milímetro dos seus pequenos corpos ordena-lhes que se movam incessantemente. É a autoridade da vida, e está acima da nossa autoridade.
Seria possível, por exemplo, ordenar a uma árvore que não cresça? Apenas cortando-lhe as raízes. Tirando-a do seu curso natural. Desviando-a do seu natural desenvolvimento. Impedindo a vida. A autoridade nunca pode impedir a vida. Isso resultaria num desflorescer, num definhar.
Mas então, perguntam vocês, quando a criança está pronta para sair vou ter de a deixar fazer bolos de terra ou rebolar na relva enquanto espera que esteja tudo pronto para sairmos, por exemplo?
Claro que não! Mas também não lhe peça para ficar quieta. Que tal lhe propor uma actividade mais sossegada à qual ela tenha mostrado interesse nos últimos tempos?


A autoridade que não se opõe à vida é sempre bem-vinda pela criança. E é preciso conhecer a criança. A que está à nossa frente. A actividade que tem feito com interesse, a que repete todos os dias, a que lhe prendeu a atenção por um longo período de tempo são sinais. Sinais à beira da estrada a indicar as regras da vida. E qualquer coisa que a nossa autoridade exija tem de estar em consonância com as regras da vida. Ou isso ou, naturalmente, não esperemos obediência.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Simples assim



Meu amor, quero muito que aprendas o valor e o poder das coisas simples. Saber viver na simplicidade é libertador. O melhor aconchego que podes ter no corpo são os braços de quem te protege. Os melhores brinquedos são a areia, as folhas secas, as pedrinhas. A melhor escola são as histórias de uma avó. A melhor paisagem está no olhar de quem te quer. A melhor viagem é a da imaginação. A melhor morada é onde houver paz.

Meu amor, o que importa é o que somos. E sermos felizes com pouco é a maior riqueza de todas.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O choro


A Matilde sempre foi muito tranquila e sorridente. Não sabemos o que é uma noite em claro. Quase não assistimos ao desespero das cólicas. 
Chamo-lhe a Matilde-sorrisos por estar sempre bem disposta. Tem riso fácil. Adora música. Passear. Tomar banho. Fitar-se no espelho. 
A Matilde também chora. Chora porque não sabe, ainda, expressar-se de outra forma. Chora quando tem sono, sede, ou calor. Chora quando não quer estar sozinha, ou quando quer colo. E a gente faz-lhe companhia como quem embala o sono. A gente dá-lhe colo como quem mata a sede. Não há, por cá, caprichos. Não há, por cá, manhas. Há um bebé. E um bebé tem necessidades. Um bebé precisa de colo, carinho, afecto. Um bebé precisa de olhos nos olhos, pele na pele. Um bebé precisa de canções sussurradas ao ouvido, de mãos que façam cócegas, de olhares que lhes leiam os gestos. Um bebé chora. Todos os bebés choram. E precisam de respostas. Um bebé cujo choro não tem resposta não se habituará a mais nada a não ser a que ninguém venha em seu auxílio. 

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

"A melhor do mundo"


Respira fundo. Esse ser pequenino que carregas nos braços, já exaustos, é apenas uma criança. Respira fundo. Ela vai querer colo muitas vezes. E tu vais dar. Ou vais deixar chorar porque “assim aprende”. Respira fundo. Ela vai fazer birras quando forem às compras. Talvez não de todas as vezes, mas vai. E tu vais ceder “para a acalmar”. Ou vais deixar o drama prosseguir “porque assim aprende a lidar com frustrações”. Respira fundo. Ela não vai comer sempre a sopa toda. Às vezes, até nenhuma. E tu vais insistir porque “não pode ficar sem comer”. Ou vais ceder porque “senão ainda vomita”. Respira fundo. Ela vai querer andar descalça. E tu vais calçá-la vezes sem conta “para que não fique doente”. Ou vais deixá-la à sua vontade porque “assim também ganha defesas”. Respira fundo. Ela vai levantar-te a mão. E tu vais repreendê-la porque “não se admite”. Ou vais fingir que não aconteceu porque “ainda não sabe o que faz”. Respira fundo. És mãe. Nem boa, nem má. Só mãe. Tão mãe. E vais sentir-te cansada. Vais ficar sem paciência. Vai saltar-te a tampa mais vezes do que as que imaginas. Vais quebrar algumas das tuas próprias regras em determinados momentos. E vais arrepender-te disso, tantas vezes. Mas, respira fundo. És mãe. Vais ter dúvidas. Vais errar. Mas vais ser sempre “a melhor do mundo”!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Em defesa da infância

Hoje, há mais teorias do que coração. Hoje, olha-se mais para os livros do que para os olhos das crianças. Ouve-se mais os debates do que as palavras que, tantas vezes, elas calam. Hoje, vive-se muito rápido, respira-se num fôlego. Queremos crianças robots. Formatadas. Perfeitas. Independentes. Desenrascadas. Sossegadas. Que aprendam logo as letras. Que saibam fazer contas. Que falem inglês. Que comam a sopa toda. Que cumprimentem sempre com beijinhos. Que sorriam para a fotografia. Que durmam na cama deles. Sempre. Queremos isso tudo. E rápido. Porque senão já não vai haver tempo. Porque senão já não vão poder ser tudo o que quiserem. Porque sentados a fazer fichas é que é trabalhar e aprender. Porque só se transformam em seres independentes se dormirem na cama deles, no quarto deles, sempre. Porque se comerem doces ficam diabéticos. Porque se não tiverem aulas de dança não vão ser grandes dançarinos. Porque se não dormirem a sesta não crescem tão bem. Porque se não comerem tudo ficam fracos. Porque se se sujarem ficam doentes. E então, pôr as mãos na boca é que não. Porque dar muito colo estraga. Porque acalmar sempre o choro não os ajuda a lidar com frustrações. Porque isto e porque aquilo. E chega ao fim, estamos a falar de crianças. Aquelas que parecem ser apenas números, e nomes. Aquelas que todos querem que sejam tudo menos aquilo que são: crianças. Podemos parar este carrossel infernal, por favor? Podemos abrandar este ritmo alucinante que está a espatifar a infância?

E foi assim, o nosso Halloween




O melhor não se vê nas fotografias. 
O melhor foi o convívio. As gargalhadas. Os sustos. As brincadeiras. As coreografias. A adrenalina de tocar nas campainhas de desconhecidos. A bondade de quem lhes abria a porta. A euforia de encher os baldes com doces. O dente do Paulinho que caiu. O acolhimento na sede dos escuteiros. A sopa de abóbora feita no caldeirão. A partilha dos doces. O canhão de confetis teimoso. O cansaço bom. A alegria deles. Isso. O melhor: a alegria deles!

#faltanafotoduasbruxinhaseumdiabinho
#paraoanohámais
#omelhordomundo