Respira fundo. Esse ser pequenino que carregas nos braços,
já exaustos, é apenas uma criança. Respira fundo. Ela vai querer colo muitas
vezes. E tu vais dar. Ou vais deixar chorar porque “assim aprende”. Respira
fundo. Ela vai fazer birras quando forem às compras. Talvez não de todas as vezes,
mas vai. E tu vais ceder “para a acalmar”. Ou vais deixar o drama prosseguir “porque
assim aprende a lidar com frustrações”. Respira fundo. Ela não vai comer sempre
a sopa toda. Às vezes, até nenhuma. E tu vais insistir porque “não pode ficar
sem comer”. Ou vais ceder porque “senão ainda vomita”. Respira fundo. Ela vai
querer andar descalça. E tu vais calçá-la vezes sem conta “para que não fique
doente”. Ou vais deixá-la à sua vontade porque “assim também ganha defesas”.
Respira fundo. Ela vai levantar-te a mão. E tu vais repreendê-la porque “não se
admite”. Ou vais fingir que não aconteceu porque “ainda não sabe o que faz”.
Respira fundo. És mãe. Nem boa, nem má. Só mãe. Tão mãe. E vais sentir-te cansada. Vais ficar sem paciência. Vai saltar-te a
tampa mais vezes do que as que imaginas. Vais quebrar algumas das tuas próprias
regras em determinados momentos. E vais arrepender-te disso, tantas vezes. Mas,
respira fundo. És mãe. Vais ter dúvidas. Vais errar. Mas vais ser sempre “a
melhor do mundo”!
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